sábado, 26 de março de 2011

Dicas para escrever melhor


Manual de Redação e Estilo ::: Instruções gerais
1 - Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias. Não é justo exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto.
2 - Construa períodos com no máximo duas ou três linhas de 70 toques. Os parágrafos, para facilitar a leitura, deverão ter cinco linhas datilografadas, em média, e no máximo oito. A cada 20 linhas, convém abrir um intertítulo.
3 - A simplicidade é condição essencial do texto jornalístico. Lembre-se de que você escreve para todos os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender qualquer texto, seja ele político, econômico, internacional ou urbanístico.
4 - Adote como norma a ordem direta, por ser aquela que conduz mais facilmente o leitor à essência da notícia. Dispense os detalhes irrelevantes e vá diretamente ao que interessa, sem rodeios.
5 - A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular, etc. Com palavras conhecidas de todos, é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem alinhavadas. Nunca é demais insistir: fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dos pedantismos vocabulares, dos termos técnicos evitáveis e da erudição.
6 - Não comece períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem use repetidamente a mesma estrutura de frase.
7 - O estilo jornalístico é um meio-termo entre a linguagem literária e a falada. Por isso, evite tanto a retórica e o hermetismo como a gíria, o jargão e o coloquialismo.
8 - Tenha sempre presente: o espaço hoje é precioso; o tempo do leitor, também. Despreze as longas descrições e relate o fato no menor número possível de palavras. E proceda da mesma forma com elas: por que opor veto a em vez de vetar, apenas?
9 - Em qualquer ocasião, prefira a palavra mais simples: votar é sempre melhor que sufragar; pretender é sempre melhor que objetivar, intentar ou tencionar; voltar é sempre melhor que regressar ou retornar; tribunal é sempre melhor que corte; passageiro é sempre melhor que usuário; eleição é sempre melhor que pleito; entrar é sempre melhor que ingressar.
10 - Só recorra aos termos técnicos absolutamente indispensáveis e nesse caso coloque o seu significado entre parênteses. Você já pensou que até há pouco se escrevia sobre juros sem chamar índices, taxas e níveis de patamares? Que preços eram cobrados e não praticados? Que parâmetros equivaliam a pontos de referência? Que monitorar correspondia a acompanhar ou orientar? Adote como norma: os leitores do jornal, na maioria, são pessoas comuns, quando muito com formação específica em uma área somente. E desfaça mitos. Se o noticiário da Bolsa exige um ou outro termo técnico, uma reportagem sobre abastecimento, por exemplo, os dispensa.
11 - Nunca se esqueça de que o jornalista funciona como intermediário entre o fato ou fonte de informação e o leitor. Você não deve limitar-se a transpor para o papel as declarações do entrevistado, por exemplo; faça-o de modo que qualquer leitor possa apreender o significado das declarações. Se a fonte fala em demanda, você pode usar procura, sem nenhum prejuízo. Da mesma forma traduza patamar por nível, posicionamento por posição, agilizar por dinamizar, conscientização por convencimento, se for o caso, e assim por diante. Abandone a cômoda prática de apenas transcrever: você vai ver que o seu texto passará a ter o mínimo indispensável de aspas e qualquer entrevista, por mais complicada, sempre tenderá a despertar maior interesse no leitor.
12 - Procure banir do texto os modismos e os lugares-comuns. Você sempre pode encontrar uma forma elegante e criativa de dizer a mesma coisa sem incorrer nas fórmulas desgastadas pelo uso excessivo. Veja algumas: a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum, transparência, instigante, pano de fundo, estourar como uma bomba, encerrar com chave de ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último adeus. Acrescente as que puder a esta lista.
13 - Dispense igualmente os preciosismos ou expressões que pretendem substituir termos comuns, como: causídico, Edilidade, soldado do fogo, elenco de medidas, data natalícia, primeiro mandatário, chefe do Executivo, precioso líquido, aeronave, campo-santo, necrópole, casa de leis, petardo, fisicultor, Câmara Alta, etc.
14 - Proceda da mesma forma com as palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentam transmitir ao leitor mera idéia de erudição. O noticiário não tem lugar para termos como tecnologizado, agudização, consubstanciação, execucional, operacionalização, mentalização, transfusional, paragonado, rentabilizar, paradigmático, programático, emblematizar, congressual, instrucional, embasamento, ressociabilização, dialogal, transacionar, parabenizar e outros do gênero.
15 - Não perca de vista o universo vocabular do leitor. Adote esta regra prática: nunca escreva o que você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, aproveita (e não usufrui) uma situação. Da mesma forma, prefira demora ou adiamento a delonga; antipatia a idiossincrasia; discórdia ou intriga a cizânia; crítica violenta a diatribe; obscurecer a obnubilar, etc.
16 - O rádio e a televisão podem ter necessidade de palavras de som forte ou vibrante; o jornal, não. Assim, goleiro é goleiro e não goleirão. Da mesma forma, rejeite invenções como zagueirão, becão, jogão, pelotaço, galera (como torcida) e similares.
17 - Dificilmente os textos noticiosos justificam a inclusão de palavras ou expressões de valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos (magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido, genial), os superlativos (engraçadíssimo, deliciosíssimo, competentíssimo, celebérrimo) e verbos fortes como infernizar, enfurecer, maravilhar, assombrar, deslumbrar, etc.
18 - Termos coloquiais ou de gíria deverão ser usados com extrema parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos, por exemplo), para não darem ao leitor a idéia de vulgaridade e principalmente para que não se tornem novos lugares-comuns. Como, por exemplo: a mil, barato, galera, detonar, deitar e rolar, flagrar, com a corda (ou a bola) toda, legal, grana, bacana, etc.
19 - Seja rigoroso na escolha das palavras do texto. Desconfie dos sinônimos perfeitos ou de termos que sirvam para todas as ocasiões. Em geral, há uma palavra para definir uma situação.
20 - Faça textos imparciais e objetivos. Não exponha opiniões, mas fatos, para que o leitor tire deles as próprias conclusões. Em nenhuma hipótese se admitem textos como: Demonstrando mais uma vez seu caráter volúvel, o deputado Antônio de Almeida mudou novamente de partido. Seja direto: O deputado Antônio de Almeida deixou ontem o PMT e entrou para o PXN. É a terceira vez em um ano que muda de partido. O caráter volúvel do deputado ficará claro pela simples menção do que ocorreu.
21 - Lembre-se de que o jornal expõe diariamente suas opiniões nos editoriais, dispensando comentários no material noticioso. As únicas exceções possíveis: textos especiais assinados, em que se permitirá ao autor manifestar seus pontos de vista, e matérias interpretativas, em que o jornalista deverá registrar versões diferentes de um mesmo fato ou conduzir a notícia segundo linhas de raciocínio definidas com base em dados fornecidos por fontes de informação não necessariamente expressas no texto.
22 - Não use formas pessoais nos textos, como: Disse-nos o deputado... / Em conversa com a reportagem do Estado... / Perguntamos ao prefeito... / Chegou à nossa capital... / Temos hoje no Brasil uma situação peculiar. / Não podemos silenciar diante de tal fato. Algumas dessas construções cabem em comentários, crônicas e editoriais, mas jamais no noticiário.
23 - Como norma, coloque sempre em primeiro lugar a designação do cargo ocupado pelas pessoas e não o seu nome: O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso... / O primeiro-ministro John Major... / O ministro do Exército, Zenildo de Lucena... É em função do cargo ou atividade que, em geral, elas se tornam notícia. A única exceção é para cargos com nomes muito longos. Exemplo: O engenheiro João da Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), garantiu ontem que...
24 - Você pode ter familiaridade com determinados termos ou situações, mas o leitor, não. Por isso, seja explícito nas notícias e não deixe nada subentendido. Escreva, então: O delegado titular do 47º Distrito Policial informou ontem..., e não apenas: O delegado titular do 47º informou ontem.
25 - Nas matérias informativas, o primeiro parágrafo deve fornecer a maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como e por quê. As que não puderem ser esclarecidas nesse parágrafo deverão figurar, no máximo, no segundo, para que, dessa rápida leitura, já se possa ter uma idéia sumária do que aconteceu.
26 - Não inicie matéria com declaração entre aspas e só o faça se esta tiver importância muito grande (o que é a exceção e não a norma).
27 - Procure dispor as informações em ordem decrescente de importância (princípio da pirâmide invertida), para que, no caso de qualquer necessidade de corte no texto, os últimos parágrafos possam ser suprimidos, de preferência.
28 - Encadeie o lead de maneira suave e harmoniosa com os parágrafos seguintes e faça o mesmo com estes entre si. Nada pior do que um texto em que os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques, sem nenhuma fluência: ele não apenas se torna difícil de acompanhar, como faz a atenção do leitor se dispersar no meio da notícia.
29 - Por encadeamento de parágrafos não se entenda o cômodo uso de vícios lingüísticos, como por outro lado, enquanto isso, ao mesmo tempo, não obstante e outros do gênero. Busque formas menos batidas ou simplesmente as dispense: se a seqüência do texto estiver correta, esses recursos se tornarão absolutamente desnecessários.
30 - A falta de tempo do leitor exige que o jornal publique textos cada dia mais curtos (20, 40 ou 60 linhas de 70 toques, em média). Por isso, compete ao redator e ao repórter selecionar com o máximo critério as informações disponíveis, para incluir as essenciais e abrir mão das supérfluas. Nem toda notícia está jornalisticamente tão bem encadeada que possa ser cortada pelo pé sem maiores prejuízos. Quando houver tempo, reescreva o texto: é o mais recomendável. Quando não, vá cortando as frases dispensáveis.
31 - Proceda como se o seu texto seja o definitivo e vá sair tal qual você o entregar. O processo industrial do jornal nem sempre permite que os copies, subeditores ou mesmo editores possam fazer uma revisão completa do original. Assim, depois de pronto, reveja e confira todo o texto, com cuidado. Afinal, é o seu nome que assina a matéria.
32 - O recurso à primeira pessoa só se justifica, em geral, nas crônicas. Existem casos excepcionais, nos quais repórteres, especialmente, poderão descrever os fatos dessa forma, como participantes, testemunhas ou mesmo personagens de coberturas importantes. Fique a ressalva: são sempre casos excepcionais.
33 - Nas notícias em seqüência (suítes), nunca deixe de se referir, mesmo sumariamente, aos antecedentes do caso. Nem todo leitor pode ter tomado conhecimento do fato que deu origem à suíte.
34 - A correção do noticiário responde, ao longo do tempo, pela credibilidade do jornal. Dessa forma, não dê notícias apressadas ou não confirmadas nem inclua nelas informações sobre as quais você tenha dúvidas. Mesmo que o texto já esteja em processo de composição, sempre haverá condições de retificar algum dado impreciso, antes de o jornal chegar ao leitor.
35 - A correção tem uma variante, a precisão: confira habitualmente os nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos numa notícia, somas, datas, horários, enumerações. Com isso você estará garantindo outra condição essencial do jornal, a confiabilidade.
36 - Nas versões conflitantes, divergentes ou não confirmadas, mencione quais as fontes responsáveis pelas informações ou pelo menos os setores dos quais elas partem (no caso de os informantes não poderem ter os nomes revelados). Toda cautela é pouca e o máximo cuidado nesse sentido evitará que o jornal tenha de fazer desmentidos desagradáveis.
37 - Quando um mesmo assunto aparecer em mais de uma editoria no mesmo dia, deverá haver remissão, em itálico, de uma para outra: Mais informações sobre o assunto na página... / A repercussão do seqüestro no Brasil está na página... / Na página... o prefeito fala de sua candidatura à Presidência. / Veja na página... as reações econômicas ao discurso do presidente.
38 - Se você tem vários originais para reescrever, adote a técnica de marcar as informações mais importantes de cada um deles. Você ganhará tempo e evitará que algum dado relevante fique fora do noticiário.
39 - Nunca deixe de ler até o fim um original que vá ser refeito. Mesmo que você tenha apenas 15 linhas disponíveis para a nota, a linha 50 do texto primitivo poderá conter informações indispensáveis, de referência obrigatória.
40 - Preocupe-se em incluir no texto detalhes adicionais que ajudem o leitor a compreender melhor o fato e a situá-lo: local, ambiente, antecedentes, situações semelhantes, previsões que se confirmem, advertências anteriores, etc.
41 - Informações paralelas a um fato contribuem para enriquecer a sua descrição. Se o presidente dorme durante uma conferência, isso é notícia; idem se ele tira o sapato, se fica conversando enquanto alguém discursa, se faz trejeitos, etc. Trata-se de detalhes que quebram a monotonia de coberturas muito áridas, como as oficiais, especialmente.
42 - Registre no texto as atitudes ou reações das pessoas, desde que significativas: mostre se elas estão nervosas, agitadas, fumando um cigarro atrás do outro ou calmas em excesso, não se deixando abalar por nada. Em matéria de ambiente, essas indicações permitem que o leitor saiba como os personagens se comportavam no momento da entrevista ou do acontecimento.
43 - Trate de forma impessoal o personagem da notícia, por mais popular que ele seja: a apresentadora Xuxa ou Xuxa, apenas (e nunca a Xuxa), Pelé (e não o Pelé), Piquet (e não o Piquet), Ruth Cardoso (e não a Ruth Cardoso), etc.
44 - Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação. Ela poderá ser omitida se gozar de absoluta confiança do repórter e, por alguma razão, convier que não apareça no noticiário. Recomenda-se, no entanto, que o leitor tenha alguma idéia da procedência da informação, com indicações como: Fontes do Palácio do Planalto... / Fontes do Congresso... / Pelo menos dois ministros garantiram ontem que..., etc.
45 - Na primeira citação, coloque entre parênteses o nome do partido e a sigla do Estado dos senadores e deputados federais: o senador João dos Santos (PSDB-RS), o deputado Francisco de Almeida (PFL-RJ). No caso dos deputados estaduais de São Paulo e dos vereadores paulistanos, mencione entre parênteses apenas a sigla do partido.
46 - O Estado não admite generalizações que possam atingir toda uma classe ou categoria, raças, credos, profissões, instituições, etc.
47 - Um assunto muito sugestivo ou importante resiste até a um mau texto. Não há, porém, assunto mediano ou meramente curioso que atraia a atenção do leitor, se a notícia se limitar a transcrever burocraticamente e sem maior interesse os dados do texto.
48 - Em caso de dúvida, não hesite em consultar dicionários, enciclopédias, almanaques e outros livros de referência. Ou recorrer aos especialistas e aos colegas mais experientes.
49 - Veja alguns exemplos de textos noticiosos objetivos, simples e diretos, constituídos de frases curtas e incisivas (todos eles saíram no Estado como chamadas de primeira página):
Os juros passaram a ser fator importante para os consumidores dispostos a fazer compras neste fim de ano. Dos 261 paulistanos ouvidos pelo InformEstado, 82,8% disseram que vão gastar menos no Natal em relação ao ano passado. O alto custo do financiamento das compras foi apontado por 34,5% dos entrevistados como motivo básico para a decisão. O comércio e a indústria reduziram as margens de lucro, o governo atenuou as restrições ao crédito e o mercado oferece produtos mais baratos que no último Natal, mas os juros pesam.
A sonda liberada pela nave Galileu mergulhou ontem por cerca de 75 minutos na atmosfera de Júpiter, até ser pulverizada pela pressão dos gases que constituem o planeta. Foi a primeira vez que um equipamento terrestre chegou a um dos grandes planetas distantes do sistema solar. A cápsula enviou informações sobre a temperatura e a composição química de Júpiter.
O governo pretende retirar do Congresso o projeto de reforma da Previdência e reapresentá-lo em duas partes. Uma vai incluir os pontos em que existe consenso entre os parlamentares e a outra, só os temas polêmicos, como os que tratam dos servidores públicos, militares e professores. O presidente Fernando Henrique Cardoso passou ao seu vice, Marco Maciel, a tarefa de analisar os efeitos políticos da decisão, depois que o ministro da Previdência foi afastado das negociações.
Irrequieto, Carlos Nunzio sugeria chamar-se César e levava no bolso uma sovela, instrumento pontiagudo usado pelos sapateiros. Logo despertou a suspeita da polícia e foi preso anteontem como o possível "maníaco do estilete", que já atacou sete mulheres na zona Leste. Na delegacia, os policiais o filmaram e exibiram o teipe às vítimas. Mas nenhuma o identificou e Carlos foi libertado ontem à tarde.
A tradicional chuva de papel picado que encerra o ano na Bolsa de Valores de São Paulo teve clima de festa para os operadores, mas de melancolia para os aplicadores. Os investimentos em ações acusaram perda real de 16,7% e a comemoração foi dos que optaram pela renda fixa. Os CDBs, em primeiro lugar, renderam 25,89% acima da inflação.
As cidades e as praias ganham nova vida com o verão, que começa oficialmente hoje às 6h18. A moda impõe modelos arrojados às mulheres, com ombros e costas de fora. A minissaia também faz parte do visual de São Paulo e outras capitais. No Rio, Santos, Guarujá, Ubatuba, Bertioga e outros pontos preferidos dos veranistas, é tempo de biquíni, saladas, sorvete e alegria.
Frank Sinatra, cantor que embalou três gerações, completa 80 anos terça-feira. Apelidado simplesmente de A Voz, imitava Bing Crosby, mas superou o ídolo. Ganhou 1 disco de multiplatina, 1 de platina e 21 de ouro. Fez filmes, venceu um Oscar. Foi amigo de John Kennedy e do gângster Lucky Luciano. Teve mulheres fantásticas. Viveu. My Way é a música que o representa.
Sensível às mudanças de ventos, ansiosa e arrogante ao mesmo tempo, a França funciona como um pisca-alerta. Suas crises indicam sempre que as sociedades estão dando alguma virada. As greves monumentais que lançam às ruas do país 1 milhão de manifestantes podem significar uma dolorosa entrada de toda a Europa numa nova etapa da modernidade.
Hoje é o dia em que Cannes vai parar. À espera de um olhar. Ou de um sorriso. Não pelo filme, Milagro. Mas pelo diretor, Robert Redford. Um outsider. Na tela, uma Pasionaria: Sônia Braga.
Veja, ao contrário, três parágrafos de sete linhas cheias sem nenhum ponto e repletos de intercalações que dificultam a seqüência normal da leitura:
O fazendeiro e piloto de aviões Carlos de Almeida Valente, que mora na cidade de Prateados, no extremo norte do País, apontado pela Polícia Federal como um dos reis do contrabando e transportando em seus aviões bimotores e turbinados mais de 70% das mercadorias contrabandeadas dos Estados Unidos e Paraguai para o Brasil, terá seus negócios financeiros investigados pela Receita Federal, que fará completa devassa nas suas empresas.
A esperada divulgação, na noite de sexta-feira, do INPC de janeiro, que, pela primeira vez em quase 20 meses, voltou a ser utilizado como parâmetro para a correção de um agente econômico - no caso, os salários - e que apresentou uma variação recorde de 35,48%, veio confirmar o que já se temia: os níveis de recomposição dos salários, que pela fórmula aprovada pelo Congresso Nacional vão variar de apenas 1,51% a 7,48%, não são suficientes sequer para fazer frente à inflação real de fevereiro.
De sua casa, no elegante bairro de Beverly Hills, o papa da psicologia esportiva norte-americana, mais de 40 livros publicados, traduzido até para o russo ainda em plena época da guerra fria, o dr. Briant Cratty, orientador do grupo de psicólogos da equipe olímpica de Tio Sam, levantou da poltrona e, numa ligação para o ginásio onde a seleção do país gastava as últimas energias em jogo que não influiria na sua colocação, mandou chamar o especialista que cuidava do vôlei e foi direto ao assunto.

http://grandeabobora.com/como-escrever-melhor-15-exercicios-para-escritores.html

Princess

João Ubaldo Ribeiro

sábado, 29 de janeiro de 2011

Chile Janeiro de 2010


Em janeiro de 2010 fui fazer um curso de espanhol com a minha amiga Viviane em uma escola internacional na cidade de Santiago do Chile. O curso foi bom, aprendi muito nas aulas, mas posso dizer que a melhor experiência foi andar pelas ruas da cidade, visitando pontos importantes e conversando com as pessoas nativas. O chilenos são muito receptivos e quando sabiam que éramos brasileiros nos tratavam melhor ainda. Eu fui para aprender espanhol, mas muitas vezes, ao tentar me comunicar, acabava me embaralhando e as pessoas dos guichês começavam a falar em inglês comigo. Pensava: "Vim pro Chile para aprender espanhol, mas estou praticando meu inglês?"
Mas foi, com certeza, muito enriquecedor.

Soube no Brasil que tigres brancos tinham dado à luz no zoológico de Santiago, então não podia deixar de vê-los.



Em um dos passeios promovidos pela escola em que estudava, fui ao Castelo da Família Cousiño. O Palácio foi construído entre os anos 1870 e 1878 pelo arquiteto francês Paul Lathoud à Dona Isidora Goyenechea viúva de Luis Cousiño.
Os Cousiño Goyenechea eram uma família abastada, os proprietários das minas da Lota (carvão) e do Chañarcillo (prata).
Em 1940 o Palácio foi levado para o leilão, com todos os seus pertences. Após a primeira rodada do leilão, o prefeito de Santiago, na altura, o Sr. Pacheco chiqueiro, chegou a um acordo com a família, que praticamente deu o imóvel para a cidade para a soma de três milhões de dólares em obrigações de servir como alojamento para os visitantes que vêm para a capital durante o Quarto Centenário da Cidade. 


A Catedral de Santiago é uma construção lindíssima. É uma das atrações mais populares religiosas da cidade. No espaço em que se encontra este edifício monumental, havia duas catedrais, ambos destruídos por dois terremotos em separado. O actual edifício data de 1748, ano em que a pedra foi colocada. A Catedral Metropolitana está localizada nos arredores da Praça de Armas.


Concha y Toro é uma empresa chilena produtora e exportadora de vinhos. Foi fundada em 1883 por Don Melchor de Concha y Toro.
A vinícola Concha y Toro é a maior do Chile e é atualmente controlada pelas famílias Guilisasti e Larrain. A empresa representa 37% do mercado interno chileno e 31,4% das exportações chilenas de vinho. 70% de suas vendas são para exportação para aproximadamente 110 países.
Possui vinhedos nos principais vales produtores chilenos, bem como na Argentina, ocupando uma extensão de 8.720ha.
Um de seus vinhos mais conhecidos é o Casillero del Diablo.




Museu Nacional


Pontifícia Universidade Católica de Santiago


Vista do Morro de Santa Lucía


 Come-se muito bem gastando-se pouco. Prato com peixe reñeta e purê de batatas. Preço: 10 reais com refri e gorgeta.




Não podia perder a oportunidade de por os pés nas águas do Pacífico. Viña del Mar é um lugar magnífico e convidativo para isso.



Nossa vida é feita de coincidências. Uns amigos meus de Curitiba estavam hospedados no mesmo hotel que eu e a Vivi. Hotel Albamar. 2 diárias por 60 dólares.




Relógio das Flores em Viña del Mar


Museu da Armas em Valparaíso



Algo imprescindível em qualquer viagem ao exterior é fazer um seguro viagem. Em frente ao museu da foto anterior caí igual a um pacote e quebrei dois dedos da mão direita. Graças ao seguro, que fiz no Brasil por 40 dólares, fui atendida em uma das melhores clínicas de Santiago com tudo pago, inclusives os remédios reembolsados. É melhor prevenir...





Fish & chips

Ir a Londres e não pedir o tradicional Fish & Chips é como vir ao Brasil e não provar uma caipirinha. É uma das ‘fast-food’ mais famosas da Inglaterra. Suas origens vem da coincidência de dois fatores, em meados do século 19: o aumento da pesca de arrastão e o alastramento das ferrovias. De repente, havia muito mais peixe no mercado e a ferrovia podia levar o peixe fresco para o interior do pais, aumentando assim o número de consumidores.

Existem muitos restaurantes na Inglaterra especializados em Fish & Chips. O prato custa em média 12 libras com alguns tipos de peixe, batatas fritas e alguns outras guarnições, como o purê de ervilhas. Não é barato se transformarmos em real, mas quando se está de viagem à Europa, à Inglaterra principalmente, devemos esquecer um pouco a conversão e curtir o passeio. Ou você nunca sai da sua cidade Natal e passa a vida inteira economizando dinheiro e deixando de experimentar novas culturas.
O peixe é coberto numa massa à base de farinha de trigo e frito até a massa ficar crocante. As batatas são cortadas bem grossas, logo ficam crocantes por fora, mas macias por dentro.
Pode-se pedir para viagem, mas o legal mesmo é sentar em um daqueles restaurantes do centro de Londres e ver a movimentação das pessoas entrando e saindo e passando pela rua. Eu acho isso formidável. Esse prato foi o que eu pedi em um restaurante da Oxford Street. 

Outra pergunta que eles sempre fazem é “Salt and Vinegar?”. Pra quem nunca experimentou, por incrível que pareça vinagre vai super bem com a batatas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Show da minha vida. Ai, ai!!!

No dia 6 de outubro de 2010, eu e minha prima Vanele, mais o noivo e cunhado dela, fomos ao maior show de todos os tempos. Bon jovi no Morumbi em São Paulo. Viagem cansativa de ônibus, mas recompensada pelo show do maior astro do rock para nós. Foi sem dúvida o show de nossas vidas.









quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Braz-Tesol

http://www.braztesol.org.br/9scconvention/Default.aspx
A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA

Ricardo Schütz
Atualizado em 21 de novembro de 2006
Garranchos e letra de médico estão para o texto datilografado assim como o sotaque estrangeiro está para a pronúncia nativa.

INTRODUÇÃO

Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se enxerga mas que é a essência da língua.

A language is a complete, complex, changing, arbitrary system of primarily oral symbols learned and used for communication within the cultural framework of a linguistic community. (Hammerly 26, meu sublinhado)

Língua é fundamentalmente um fenômeno oral. Nunca é demais salientar a importância da forma oral da língua. A forma escrita é mera decorrência da língua falada.

... speech is therefore the basic form of language. This leads us to the conclusion that speech should be emphasized in second language teaching ... (Hammerly 37)

Domínio sobre a língua falada começa com o entendimento oral, e este começa com o reconhecimento das palavras contidas no fluxo de produção oral. Conseguir isolar cada conjunto de fonemas correspondentes a cada unidade semântica (palavra), dentro da seqüência ininterrupta de sons no fluxo da produção oral, é um desafio considerável.

A grandeza deste desafio é melhor compreendida se considerarmos também que o aparelho articulatório de sons do ser humano (cordas vocais, cavidade bucal, língua, etc.) mostra-se extremamente limitado quando comparado ao universo de conhecimento e comunicação criado por sua mente. Para fazer par a este imenso universo lingüístico e poder representá-lo oralmente, é necessário flexibilizar ao máximo o aparelho articulatório, criando diferenças ínfimas na articulação de sons, as quais vêm a ter grande importância.

Além disso, o uso que o ser humano faz de seu aparelho articulatório para comunicar-se varia consideravelmente de idioma para idioma, o que explica o porquê de ser na pronúncia que a interferência entre duas línguas se torna mais evidente e é mais crítica. A interferência fonológica da língua materna na língua estrangeira que se aprende, na maioria dos casos permanece para sempre, mesmo com pessoas que adquiriram pleno domínio sobre o vocabulário e a gramática da língua estrangeira.

Aquele que fala uma única língua invariavelmente acredita que os sons de sua língua correspondem a um sistema básico universal de sons da fala do ser humano. Esta idéia preconcebida normalmente prevalece ao longo do aprendizado da língua estrangeira e, enquanto persistir, interfere negativamente na percepção e na produção oral do estudante. Em um artigo (veja bibliografia) sobre interferência fonológica, Flege escreveu:

Language learners who perceive sounds in the target language to be phonologically identical to native language sounds (despite possible phonetic differences between the two languages) may base whatever phonetic learning that does occur during the acquisition process on an acoustic model provided by pairs of similar sounds in two languages, rather than on a single language-specific acoustic model as in first-language acquisition. (443) Estudantes de idiomas que acreditam ouvir na língua estrangeira sons quase idênticos aos da língua materna (apesar de talvez reconhecerem pequenas diferenças fonéticas entre as duas línguas) irão basear sua pronúncia ao longo do processo de aprendizado num modelo acústico resultante de pares de sons semelhantes das duas línguas, em vez de baseá-la no modelo acústico específico da língua estrangeira, assim como ocorre no aprendizado da língua materna. (443, minha tradução)

Em palavras simples, o que Flege quer dizer é o óbvio: que os ouvidos do aprendiz não irão reconhecer os sons da língua estrangeira como eles realmente são. Este é um forte argumento em favor de um estudo fonológico detalhado dos contrastes entre a língua materna e a língua que se busca aprender - condição imprescindível para um bom professor de inglês. Uma apresentação detalhada dos dois sistemas fonológicos ajudará o aluno a tomar consciência cedo de que os sons de um e outro idioma não são exatamente iguais, e que essas diferenças podem ser relevantes no significado, afetando o entendimento.

DIFERENÇAS DE PRONÚNCIA ENTRE PORTUGUÊS E INGLÊS:

Diferentes línguas podem ser dois códigos de comunicação totalmente diferentes; ou, em alguns casos, até mesmo concepções diferentes de interação humana como resultado de profundas diferenças culturais. Este é, por exemplo, o caso do idioma japonês, quando comparado a qualquer uma das línguas européias. É necessário ter uma mente japonesa, dizem, para se poder falar japonês corretamente - o que sem dúvida é verdade.

Felizmente as diferenças entre português e inglês não são tão profundas. Devido a origens comuns - a cultura grega, o Império Romano e seu idioma, e a religião Cristã - todas as culturas européias e suas línguas podem ser consideradas muito próximas no contexto amplo das línguas do mundo. Poderíamos, por exemplo, dizer que a língua espanhola é quase irmã gêmea do português; a língua italiana, sua meia-irmã; o francês, seu primo; e o inglês, talvez um primo de segundo grau.

Além das origens comuns que diminuem diferenças culturais, semelhanças lingüísticas entre inglês e português ocorrem predominantemente apenas no plano de vocabulário, quando na forma escrita. Estruturação de frases e, especialmente pronúncia, apresentam profundos contrastes. Numa análise superficial das diferenças no plano da pronúncia, podemos relacionar as seguintes diferenças:

CORRELAÇÃO PRONÚNCIA x ORTOGRAFIA: A primeira grande dificuldade que logo salta aos olhos (e aos ouvidos) do aluno principiante, é a difícil interpretação oral das palavras escritas em inglês. No português, a interpretação oral de cada letra é relativamente clara e constante e, no espanhol, é quase perfeita esta correlação. No inglês, entretanto, não apenas é pouco clara e às vezes até muda, como altamente irregular. Ex: literature [lItrâtshuwr], circuit [sârkât]. Veja Correlação Ortografia x Pronúncia.


RELAÇÃO VOGAIS x CONSOANTES: O inglês faz um uso do sistema articulatório e exige um esforço muscular e uma movimentação de seus órgãos, especialmente da língua, significativamente diferentes, quando comparado à fonética do português. A articulação de muitos sons do inglês bem como de outras línguas de origem germânica, pode ser facilmente classificada como sendo de natureza difícil. Isto está provavelmente relacionado ao fato de que o inglês é rico na ocorrência de consoantes enquanto que o português é abundante na ocorrência de vogais e combinações de vogais (ditongos e tritongos). Ex: December is the twelfth month of the year. / Eu vou ao Uruguai e o Áureo ao Piauí. / Eu sou europeu.


SINALIZAÇÃO FONÉTICA: O inglês é uma língua mais econômica em sílabas do que o português. O número de palavras monossilábicas é muito superior quando comparado ao português. Ex:
beer / cer-ve-ja
book / li-vro
car / car-ro
dream / so-nho  head / ca-be-ça
house / ca-sa
milk / lei-te
speak / fa-lar  trip / vi-a-gem
white / bran-co
wife / es-po-sa
write / es-cre-ver 

Além disso, a média geral de sílabas por palavra é inferior, pois mesmo palavras polissilábicas e de origem comum, quando comparadas entre os dois idiomas, mostram uma clara tendência a redução em inglês. Ex:
gram-mar / gra-má-ti-ca
mo-dern / mo-der-no
na-ture / na-tu-re-za
te-le-phone / te-le-fo-ne  com-pu-ter / com-pu-ta-dor
prin-ter / im-pres-so-ra
air-plane / a-vi-ão
psy-cho-lo-gy / psi-co-lo-gi-a 

Em frases, este fenômeno tende a aumentar. Ex:
Let's-work (2 sílabas)
I-like-be-er (4 sílabas)
How-old-are you? (4 sílabas)
I-want-cof-fee-with-milk (6 sílabas)
Did-you-watch-that-mo-vie? (6 sílabas) Va-mos-tra-ba-lhar (5 sílabas)
Eu-gos-to-de-cer-ve-ja (7 sílabas)
Quan-tos-a-nos-vo-cê-tem? (7sílabas)
Eu-que-ro-ca-fé-com-lei-te (8 sílabas)
Vo-cê-as-sis-tiu-à-que-le-fil-me? (10 sílabas) 

Estudos de fonoaudiologia demonstram que a baixa média de sílabas por palavra do inglês se traduz numa dificuldade maior de percepção por oferecer uma menor sinalização fonética bem como menos tempo para decodificar a informação. Isto se traduz também num grau de tolerância inferior para com desvios de pronúncia. Veja Sinalização Fonética.


NÚMERO DE FONEMAS: Outra diferença fundamental é encontrada no número de fonemas vogais. Devido à economia no uso de sílabas, o inglês precisa de um número maior de sons vogais para diferenciar as inúmeras palavras monossilábicas. Enquanto que português apresenta um inventário de 7 vogais (não incluindo as variações nasais), no inglês norte-americano identifica-se facilmente a existência de 11 fonemas vogais. Logicamente a percepção e a produção de um número maior de vogais do que aquelas com que estamos acostumados em português, representará uma grande dificuldade. Veja Vogais do Português e do Inglês.
Encontra-se também diferenças no plano dos sons consoantes. Além de rico na ocorrência de consoantes, o inglês possui um número maior de fonemas consoantes. Estudos fonológicos normalmente classificam 24 consoantes em inglês contra 19 no português. Além disso, consoantes em inglês podem ocorrer em posições que não ocorreriam em português. Veja Consoantes do Português e do Inglês.

ACENTUAÇÃO TÔNICA: Acentuação tônica de palavras é outro aspecto que representa um contraste importante entre português e inglês. A forma predominante de acentuação tônica de uma língua influi significativamente na sua característica sonora. Enquanto que em português encontramos apenas 3 tipos de acentuação tônica - oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, - sendo que a acentuação paroxítona é a predominante, em inglês encontramos pelo menos 5 tipos de acentuação tônica e nenhuma predominante. Veja Acentuação Tônica de Palavras em Inglês e Português.


RITMO: O ritmo da fala também é uma característica importante da língua. Enquanto que o português é uma língua syllable-timed, onde cada sílaba é pronunciada com certa clareza, o inglês é stress-timed, resultando numa compactação de sílabas, produzindo contrações e exibindo um fenômeno de redução de vogais como conseqüência. Veja mais sobre este tema em Ritmo e o Fenômeno da Redução de Vogais.


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CONCLUSÕES

Qualquer estudo de diferenças fonéticas entre inglês e português bem como o estudo da correlação entre a ortografia e a pronúncia do inglês, mesmo que superficiais, servem de evidência de que nãoaprendizado de inglês se não houver intenso contato com a língua na sua forma oral.


A desconcertante falta de correlação entre ortografia e pronúncia, sendo uma das principais características do inglês bem como um grande obstáculo a seu aprendizado, constitui-se num forte argumento em favor de abordagens baseadas em assimilação natural pelo contato com falantes nativos, ao invés de estudo formal da língua, para se alcançar fluência. Veja language acquisition x language learning.


Contato prematuro com textos em inglês pode causar internalização e fossilização de desvios de pronúncia, porque o estudante inadvertidamente irá aplicar uma interpretação fonética do que baseada nas regras de interpretação fonética da língua materna. Contato prematuro com textos em inglês, na ausência da língua na sua forma oral (pronunciada corretamente), constitui-se portanto num erro fundamental.


Em paralelo a um bom modelo de pronúncia, é indispensável o uso de símbolos fonéticos desde o início no ensino de línguas, principalmente inglês. É inadmissível que materiais didáticos para iniciantes não abordem a forma oral da língua através de símbolos fonéticos.


Seria mais eficaz proporcionar ao jovem 3 ou 4 anos de contato com a língua falada, na escola de primeiro grau, do que os 7 ou 8 anos de contato com a língua escrita (predominantemente tradução e gramática) atualmente oferecidos no segundo grau.


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ORIENTAÇÕES PARA UMA BOA PRONÚNCIA

O momento ideal para o desenvolvimento de uma boa pronúncia de uma língua estrangeira é a infância e, no caso de adolescentes e adultos, é o início do aprendizado, quando o aluno forma a matriz fonológica da língua e quando desvios de pronúncia tendem a cristalizar-se. No aprendizado de uma língua como inglês, cuja correlação entre ortografia e pronúncia é extremamente irregular, é importante intensificar o contato com a língua falada logo no início do aprendizado, evitando o contato prematuro excessivo com a forma escrita. Veja: Correlação entre pronúncia e ortografia.

Diferentes pessoas podem ter diferentes graus de acuidade auditiva, influenciando o grau de dificuldade em perceber a sutileza de certas diferenças relevantes, bem como o grau de precisão com que vão reproduzir os sons da língua estrangeira. Por esta razão, é recomendável que se faça uma avaliação audiométrica - um exame de audição feito por fonoaudiólogos que determina exatamente o quanto a pessoa ouve, da mesma forma que um exame de oculista avalia a visão.

Independentemente do grau de acuidade auditiva do aprendiz, a qualidade do input recebido pelo aluno é o fator mais importante. Por isso, é fundamental buscar-se um instrutor de excelente pronúncia. Se o instrutor não for falante nativo, deve ter no mínimo um ano e meio (TOEFL 600+) de experiência em país de língua inglesa.

Infelizmente, fica difícil para um aluno principiante distinguir uma boa pronúncia de uma pronúncia distorcida pela interferência da língua materna (sotaque estrangeiro). Isso torna o principiante uma presa fácil de cursos menos sérios. Por isso é sempre recomendável procurar conhecer o inglês de seu futuro instrutor na presença de um amigo que fale inglês muito bem, ou bem suficiente para reconhecer uma boa pronúncia. Lembre-se: não é o nome da escola nem a suposta metodologia por ela usada que farão a diferença, mas sim as qualidades pessoais do instrutor. Veja aqui o que é um bom instrutor.

É importante também adquirir noções de fonologia para conscientizar-se da existência de diferenças, e identificá-las individualmente. A partir daí, o aluno deve exercitar os novos sons. Veja: Diferenças de pronúncia entre inglês e português.

Para adquirir-se não apenas a correta pronúncia de fonemas, mas também a acentuação tônica das palavras e a entonação da frase, desde o início do aprendizado, é necessário ao aluno desenvolver a arte da imitação e sempre consultar uma fonte autorizada: um native speaker ou uma pessoa que fale com boa pronúncia, um dicionário com símbolos fonéticos, ou ainda os modernos speaking dictionaries, dicionários eletrônicos de bolso que reproduzem som.

SPEAKING DICTIONARIES

Os modelos inglês-inglês da linha Franklin: o novo SCD-1870 Merriam-Webster, o modelo anterior LM6000B, ou ainda os modelos MWS-1840 ou SCD-770, custam de 120 a 200 dólares e são muito bons.

O modelo ECTACO Partner EE586HT, que custa 400 dólares, possui alta sofisticação eletrônica. Além do dicionário principal (inglês - inglês), o ECTACO contém dicionários bilíngües (inglês => francês, alemão, espanhol, italiano e português). Outra vantagem do ECTACO é que ele apresenta a transcrição fonética, recurso que os demais dicionários eletrônicos não possuem. Entretanto, como nada é perfeito, naquilo que realmente interessa, que é o dicionário inglês-inglês e a pronúncia das palavras, o ECTACO apresenta uma grave deficiência: não contém advérbios derivados. Por exemplo, se você procurar pela palavra "especially", o mais parecido que encontra é "especial". Até substantivos derivados como por exemplo "misconception" e adjetivos como "unsuccessful", o ECTACO infelizmente não contém em seu banco de dados.

Outra desvantagem do ECTACO em relação ao Franklin LM6000B é a alimentação. O ECTACO funciona com 2 pilhas tipo AAA que são caras e duram pouquíssimo tempo, enquanto que o Franklin funciona com 4 pilhas AA que, uma vez colocadas, você até esquece.

Também da ECTACO existem os modelos Inglês - Português - Inglês Language Teacher - EPg2200T e Partner EPg400T.

Existem também dicionários na forma de CD-ROMs para microcomputadores com reprodução de sons, os quais entretanto não oferecem a mesma praticidade dos dicionários Franklin. Existe ainda o dicionário Merriam-Webster OnLine.



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Saiba como escolher uma boa escola de inglês
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A Correlação Ortografia x Pronúncia
Word Stress - Acentuação Tônica de Palavras
Vogais do Português e do Inglês
O Ritmo do Inglês e a Redução das Vogais

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BIBLIOGRAFIA:

Avery, Peter and Susan Ehrlich. Teaching American Pronunciation. Oxford, 1995.
Chomsky, Noam, and Morris Halle. The Sound Pattern of English. New York: Harper, 1968.
D'Eugenio, Antonio. Major Problems of English Phonology. Foggia, Italy: Atlantica, 1982.
Flege, James Emil. "The Phonological Basis of Foreign Accent: A Hypothesis". TESOL Quarterly 15 (1981): 443-455.
Fromkin, Victoria and Robert Rodman. An Introduction to Language. Fort Worth, TX: Harcourt Brace College Publishers, 1974.
Gernsbacher, Morton Ann. Handbook of Psycholinguistics. Academic Press, 1994
Hammerly, Hector. Synthesis in Second Language Teaching. Blaine, Wash.: Second Language Publications, 1982
Katz, Jack and Kim L. Tillery. "An Introduction to Auditory Processing". Audição: Abordagens Atuais 1997.
Mazurkiewicz, Albert J. Teaching about Phonics. New York: St. Martin's, 1976.
McArthur, Tom. The Oxford Companion to the English Language. Oxford, 1992.

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Schütz, Ricardo. "Diferenças de Pronúncia entre Inglês e Português." English Made in Brazil <http://www.sk.com.br/sk-pron.html>. Online. 21 de novembro de 2006.

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